Hoje fazem 1400 dias que não temos mais nossa véinha junto a nós, mas não irei chorar – eu prometi!, irei como era o desejo Dela lembrar das coisas boas de nossa vida e aqui vai:
Mãe, para ti:
A Menina havia chegado da Escola, havia como sempre aquele monte de tarefas a serem cumpridas, o pai alcoólatra dava muito trabalho a mãe, sem contar os outros três irmãos, uma escadinha, a cada dois anos de intervalo um irmão. Fora as fraldas do menor a menina ainda levava o segundo à escola, quando buscava ele levava a terceira no jardim, e depois ainda a buscava. Estava ela lá, sempre com a mãe.....mas muitas vezes sem seu abraço, não que a mãe não quisesse, mas sim porque não sobrava tempo para a maiorzinha de uma escadinha de filhos.
Então, no seu pouco tempo de criança a menina tinha suas amiguinhas: a SUZANNA – a sua maxi amiga felina, a Belinda – a sua amiguinha bebê, uma bebê de cor parda pois a menina amava a ajudante eventual da mãe, e esta era daquela cor.
A Suzanna ia de um lado a outro, ao pátio, a escola, ao banheiro, servia também para dar uns “murros” nos amigos implicantes do irmão, ao estilo Mônica de ser mesmo!
Confesso que agora, adulta, imagino que a Suzanna fosse podre de suja, isto mesmo: suja!
Esta foi a grande desculpa para em um determinado dia a Suzanna e a Belinda desaparecerem em uma tacada só da minha vida, enquanto eu carregava um irmão e buscava outro na escola.
O choro, as lamentações, as brigas, o ranço, a tristeza nada foram capazes de trazer de volta a Belinda, e principalmente a Suzanna (a predileta).
A menina se achava ali....sem um pedaço de si.
Como assim? Já cheia de tarefas e ainda sem seus amores! Raiva, muita raiva!
Chorou, chorou......e com os anos acabou esquecendo.....
Um determinado dia, mais ou menos 30 anos após, a MÃE entra na Agência bancária onde a filha era a Gerente. Era o dia do aniversário de sua filha mais velha, aquela que agora adulta ainda tinha tanta responsabilidade mas que seguia a risca os ensinamentos da mãe: ser sempre a melhor pois só assim seria alguém na vida! Em suas mãos havia um embrulho transparente imenso, dentro dela estava o clone da sua amada SUZANNA, e junto pendurado no pescoço uma imensa declaração de AMOR!
A mãe quase não conseguia carregar aquele tão lindo presente, seus olhos verdes esmeralda pareciam que iriam soltar das órbitas, olhando para a filha na frente de muitas pessoas seus olhos eram cheios de lágrimas e ela disse: MAMÃE, voltei!
E naquele momento de imenso amor entre mãe e filha ela me devolveu a minha tão amada SUZANNA!
MÃE, meses depois tu ficastes doente e em 13 meses tu fostes embora, desde então a vida mudou muito:
Nestes últimos quatro anos, o pai já não está mais aqui conosco- o Tom não soube viver sem o Jerry, agora temos mais uma integrante na família: é mais uma menina e é minha afilhada, eu já estou aposentada e não trabalho mais naquele banco, o Lê passou em dois vestibulares, a Fê em quatro concursos públicos, o Lucas já leu mais de 100 livros com seus 14 anos e já está indo para o segundo grau, o Pedro já está formado, a Elisa terminando a faculdade, o João já está no primeiro ano da escola.
Toda tua família aqui crescendo e “sendo gente” como dizias, e nós os teus quatro filhos estamos aqui sempre a nos reunir e honrar teu nome.
Mãe, eu juro que não lembro dos teus abraços quando eu era criança, mas eu lembro de cada um dos inúmeros atos de amor que recebi de ti.....
Tua filha Sandra
Mamãe, As saudades eram muitas, por isto voltei! Suzana (as letras já estão apagando, por isto foi tão difícil tirar a foto) |
Lindo post com certeza, só isso a declarar, beijão Sandra :-)
ResponderExcluirSandra, que emoção ao ler isso. Como tua mãe aqui em casa também tive uma escadinha e em 5 anos, 4 filhos.
ResponderExcluirFizeste uma linda homenagem à tua mãe , cheia de saudades e lembranças. Ela, de onde estiver, te sorrirá!
Um lindo dia, tudo de bom,chica
Sandra....
ResponderExcluirMeu coraçãozão ainda mêi apertado vai agora até aí pra modi abraçar o teu!
Linda homenagem, parabéns pra Tu muié...
Deusssssssssskiajude
Beijo
Tatto
- Ah, mas ela está e estará sempre por aí, Sandra... mães são assim. Elas vão sem se ir... sei lá, mas você me entende, né?
ResponderExcluir- Abraços.
:-(
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